sábado, 26 de junho de 2010

Tema de novela: aborto, sem o enfoque de assassinato do bebê inocente

Aborto é inserido em tema de novela
Notícias
Pela primeira vez, a Rede Globo coloca como tema da novela das nove, a questão do aborto. Alinhada com o pensamento do governo federal (que há quase duas décadas tenta legalizar o aborto no Brasil), sua abordagem é reforçar o discurso do governo, que defende o aborto como questão de saúde pública.

O PL 1135/91, que tramita no Congresso Nacional, foi rechaçado pela Comissão de Seguridade Social e Família, em dezembro de 2005, e novamente repudiado pela mesma Comissão da Câmara dos Deputados, em 7 de maio de 2008, por unanimidade (33 votos a zero), fato inédito na história do parlamento brasileiro, principalmente se tratando de deliberações controversas. O mesmo projeto de lei foi reprovado também pela Comissão de Constituição e Justiça, devendo ser apreciado e votado pelos deputados da próxima legislatura.


Não sendo possível aprovar a legalização do aborto pela via legislativa, há empenho de muitas ONGs e entidades pró-aborto em viabilizá-lo via judiciária, com a aprovação da ADPF 54, que visa autorizar o aborto em casos de anencefalia pelo Supremo Tribunal Federal, abrindo assim a porta para a legalização do aborto no Brasil, conforme declaração do Ministro Marco Aurélio Mello, relator da ADPF 54.

O Movimento Brasil Sem Aborto é o principal organismo da sociedade civil brasileira que vêm liderando o movimento de conscientizaçã o sobre as várias implicações (econômicas, jurídicas, políticas, antropológicas, científicas, demográficas, etc.) que envolvem a discussão sobre a legalização do aborto no Brasil.

O aborto não é somente uma questão de saúde pública, mas uma estratégia política de poderosos grupos econômicos que interessam impor a mentalidade anticonceptiva na sociedade brasileira e também na América Latina, visando inclusive à redução demográfica (que já ocorre significativamente sem leis opressoras).

O candidato José Serra, em sabatina na UOL foi claro ao dizer que quanto à lei sobre o aborto prefere que fique do jeito que está hoje, quando o Código Penal não pune a prática do aborto somente em casos de estupro ou em situação de risco de saúde da mulher. O assunto merece um debate sério, pois o que vemos é uma mídia incentivando a sexualidade precoce e irresponsável, em vez de valorizar a fidelidade e o compromisso nos relacionamentos. O aborto é efeito de uma cultura perversa que reduz a pessoa humana a objeto de consumo e à lógica do descartável. Daí que precisamos estar atentos para que possamos ter força para afirmar a cultura da vida, num meio de grandes ameaças ao bem da vida e da pessoa humana.



*Valmor Bolan

é Doutor em Sociologia,Diretor da Universidade Corporativa Anhanguera
e de Relações Institucionais da Anhanguera e Reitor do UNIA



artigo publicado no jornal Diári

domingo, 20 de junho de 2010

Bebê anencefálico mexe no ventre de sua mãe.

Autorização judicial tardia para retirada de feto sem cérebro fez grávida recuar em sua decisão

Autorizada pela 1ª Vara Criminal de Rio Grande, no sul do Estado, a interromper a gestação de um feto anencéfalo (sem cérebro), uma mulher de 22 anos desistiu do aborto. A justificativa dela é a demora da Justiça em tomar a decisão, o que teria aumentado os riscos.

A gestante, que preferiu não se identificar, ingressou com o pedido no último dia 19 de maio, na Defensoria Pública. Estava na 15ª semana de gestação. Esperava a decisão com urgência, no entanto, o médico teria faltado à primeira audiência, o que atrasou o aval da juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva. O parecer positivo saiu somente na quinta-feira.

Na sexta, a mulher recebeu a notificação da decisão, que deveria ser encaminhada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Como está na 19ª semana de gestação, e o médico orientou a interromper a gravidez no máximo na 20ª semana, ela desistiu do aborto.

- Minha barriga está grande, o bebê se mexe e estou com medo. Vou preservar minha vida e ter o bebê. A demora me prejudicou - justifica.

Apesar da desistência, a questão pode servir de exemplo para outros casos similares. Na liminar movida pela Defensoria Pública de Rio Grande, o órgão alegou que a anencefalia, doença genética que resulta na má-formação cerebral, é incompatível com a vida, já que, apesar de terem batimentos cardíacos, os recém-nascidos com essa patologia, também chamada Síndrome de Meckel-Gruber, sobrevivem horas, dias, ou no máximo semanas.

Para autorizar o aborto, a juíza Lourdes Helena solicitou o auxílio do Ministério Público, que ouviu a própria gestante e outros quatro médicos que já acompanhavam o caso. Os especialistas ratificaram a posição da Defensoria Pública.

Em sua decisão, a juíza baseou-se no artigo 128 do Código Penal, que autoriza o aborto em casos de estupro ou quando há risco a vida para a gestante.

guilherme.mazui@zerohora.com.br
GUILHERME MAZUI | Rio Grande/Correspondente

sábado, 12 de junho de 2010

Confissão de um ex-abortista: Eu sou pessoalmente responsável por 75000 abortos

* Confissão de um ex-Abortista: Eu sou pessoalmente responsável por 75.000 abortos.

domingo, maio 23rd, 2010
Eu sou pessoalmente responsável por 75.000 abortos.
Isto legitimiza minhas credenciais para falar com alguma autoridade sobre este assunto. Eu fui um dos fundadores da NARAL (National Association for the Repeal of the Abortion Laws) nos EUA, em 1968.
Nesta época, uma confiável pesquisa de opinião descobriu que a maioria dos americanos eram contra o aborto permissivo. Em cinco anos nós tínhamos convencido a Suprema Corte a promulgar a decisão que legalizou o aborto nos EUA em 1973 e tornou legal o abortamento até o momento anterior ao nascimento. Como fizemos isto? É importante entender as táticas utilizadas porque as mesmas têm sido usadas em todo o Ocidente com algumas pequenas mudanças, sempre com o intuito de mudar leis anti-aborto

A 1ª TÁTICA ERA GANHAR A SIMPATIA DA MÍDIA

Nós persuadimos os meios de comunicação que a causa de permitir o aborto era uma causa liberal, esclarecida, sofisticada. Sabendo que uma pesquisa confiável havia sido feita, o que muito nos prejudicaria, nós simplesmente fabricamos resultados de pesquisas fictícias. Anunciamos aos meios de comunicação que havíamos feito pesquisas e que 60% dos americanos eram favoráveis à permissibilidade do aborto. Esta é a tática da mentira bem fundamentada. Poucas pessoas gostam de fazer parte da minoria.
Nós adquirimos muitos simpatizantes para divulgarmos nosso programa de permissibilidade do aborto ao fabricarmos o número de abortos ilegais feitos no EUA anualmente. Enquanto este número era de aproximadamente 100.000, nós dizíamos repetidamente aos meios de comunicação que o mesmo era de 1.000.000. A repetição de uma grande mentira várias vezes convence o público. O número de mulheres morrendo em conseqüência de abortos ilegais era em torno de 250, anualmente. O número que constantemente dávamos aos meios de comunicação era 10.000. Estes números falsos criaram raízes nas consciências dos americanos, convencendo muitos da necessidade de revogação da lei contra o aborto. Um outro mito que demos ao público através da mídia era que a legalização do aborto seria a única forma de tornar legais os abortos que então eram feitos ilegalmente. O aborto está sendo atualmente utilizado como o principal método de controle de natalidade no EUA e o número de abortos feitos anualmente cresceu em 1500% desde a legalização.
A 2ª TÁTICA ERA ATACAR O CATOLICISMO

Nós sistematicamente difamamos a Igreja Católica e suas “idéias socialmente retrógradas” e colocamos a hierarquia católica como o vilão que se opunha ao aborto. Esta música foi tocada incessantemente. Nós divulgávamos à mídia mentiras tais como: “todos sabemos que a oposição ao aborto vem da hierarquia e não da maioria dos Católicos” e “pesquisas comprovam que a maioria dos Católicos quer uma reforma na lei contra o aborto”. E a mídia martelava tudo isto sobre os americanos, persuadindo-os que qualquer um que se opusesse ao aborto permissivo deveria estar sobre a influência da hierarquia Católica e que Católicos favoráveis ao aborto são esclarecidos e progressistas.
Uma inferência desta tática foi que não havia nenhum grupo não-Católico oposto ao aborto. O fato de que outras religiões Cristãs e não-Cristãs eram (e ainda são) monoliticamente opostas ao aborto foi constantemente suprimida, assim como as opiniões de ateístas pró-vida.

A 3ª TÁTICA ERA DENEGRIR E SUPRIMIR TODA EVIDÊNCIA DE QUE A VIDA SE INICIA NA CONCEPÇÃO

Muito me perguntam o que me fez mudar de pensamento. Como fui transformado de um proeminente abortista a advogado pró-vida? Em 1973 eu me tornei Diretor de Obstetrícia de um grande hospital na cidade de New York e tive que iniciar uma unidade de pesquisa pré-natal, apenas como início de uma nova tecnologia que usamos agora para estudar o feto no útero. Uma tática pró-aborto favorita é insistir que a definição de quando a vida inicia é impossível; que esta questão é uma questão teológica, moral ou filosófica, nada científica. A Fetologia tornou inegável a evidência de que a vida se inicia na concepção e requer toda proteção e cuidado que qualquer em de nós necessita. Por que, vocês podem perguntar, alguns médicos americanos, cientes das descobertas da Fetologia, desacreditam a si mesmos fazendo abortos? Simples aritmética: a US$ 300,00 cada, 1,55 milhões de abortos significam uma indústria de US$ 500.000.000,00 anuais, dos quais a maior parte vai para o bolso do médico que faz o aborto.
É claro que a permissibilidade do aborto é claramente a destruição do que é, inegavelmente, uma vida humana. É um inadmissível ato de violência. Todos devem reconhecer que uma gravidez não planejada é um dilema muito difícil. Mas, procurar por sua solução num deliberado ato de destruição é desprezar a vasta quantidade de recursos do gênio humano e abandonar o bem-estar da população a uma clássica resposta utilitarista aos problemas sociais.

COMO CIENTISTA EU SEI AGORA – NÃO APENAS ACREDITO – QUE A VIDA HUMANA SE INICIA NA CONCEPÇÃO

Embora eu não seja um religioso praticante, eu acredito de todo o meu coração que há uma Divindade que nos leva a desejar um fim completo a este infinitamente triste e vergonhoso crime contra a humanidade.

Dr. Bernard Nathanson desde então converteu-se ao Catolicismo, sendo batizado em 1996.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Videos explicativos com Paulo Fernando provida

Cole e copie este link com 5 videos provida.
Vale a pena assistir..


http://video.on.jesuscristo.org.br/index.jsp?auto_band=x&rf=sv&fr_story=3a4bf762db58e14e58e7c78612afee95b2805d7d

Paulo Fernando Melo
Em defesa da vida e da família
www.paulofernando.com.br

quinta-feira, 10 de junho de 2010

PT aprova resolução pró-aborto....divulguemos

PT aprova resolução pró-aborto

Osvaldo Luiz
Jornalista

O PT aprovou em seu congresso nacional no final de semana uma resolução sobre as mulheres pedindo a descriminalização do aborto. Cerca de 70% dos votos foram favoráveis. Na proposta inicial se defendia a legalização do aborto.

À frente da investida abortista estavam a ministra de Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e a deputada federal pelo Espírito Santo Iriny Lopes. Na ala contrária, a ex-deputada Ângela Guadagnin defendia que uma questão não fosse imposta sem consenso. Foi vaiada e mulheres, de mãos dadas, deram-lhe as costas. Iriny Lopes ainda provocou as correntes católicas do partido dizendo: "somos um partido socialista e laico"…

Como ficam agora os petistas católicos?

Poderão manter-se sob a legenda sem entrarem em conflito com a exigência de sua fé?

O resultado foi contundente: de cada 10 petistas, 7 são favoráveis que o aborto não seja considerado um crime.

Mas para quem entende que a vida começa com a fecundação, como considerar o aborto de outra forma, senão como uma agressão covarde contra inocentes?

Poderão alegar que o partido não é a favor do aborto; só deseja que deixe de ser tratado como crime…

As consciências serão satisfeitas? E como conviverão com as insistentes empreitadas pró-aborto? Haverá meios de ainda se enfrentar essa tendência dentro do PT?

Difícil!

Lembre-se:

A VIDA DEPENDE DE SEU VOTO



CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA. LIVRAI-NOS DA MALDIÇÃO DO ABORTO!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Iniciativa do Human Life International videos em defesa da vida

Vejam a nova iniciativa do Human Life International:

http://www.raymonddesouza.com/lifelines.htm

Colem e copiem este endereço. Divulguem.

A vida agradece.

terça-feira, 8 de junho de 2010

América Latina está fortemente contra o aborto

América Latina está fortemente contra o aborto
Um estudo desmistifica que este tema seja um “clamor social”
http://www.zenit.org/article-25145?l=portuguese

CIDADE DO MÉXICO, segunda-feira, 7 de junho de 2010 (ZENIT.org–El Observador).-
Um estudo de opinião pública realizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO) revelou que em quatro países da região a maioria dos cidadãos se opõe à legalização do aborto. No Brasil, Chile, México e Nicarágua não há apoio da opinião pública para a legalização total do aborto.
Entre 66% e 81% dos entrevistados rejeitaram a legalização do aborto em seus países. Foi-lhes pedido para escolher de 1 a 10, onde o 1 era a lei mais restritiva e o 10, a liberação total. A média em todos os países foi de 4.5, uma resposta que se inclina a uma oposição à interrupção da gravidez.
Fazendo uma análise mais acurada, vê-se que 56% a 69% dos habitantes destas nações consideram que a vida do feto está acima de todas as coisas. Os que consideram que o aborto deixa traumas psicológicos e sequelas físicas na mulher são 64,4% a 80%.
Também foram solicitados os seus pontos de vista sobre a objeção de consciência. A maioria das pessoas de todos os países está de acordo em que os profissionais de saúde devem fazer uso da objeção de consciência. Nas quatro nações pesquisadas, as mulheres se manifestaram contra legalizar o aborto com as seguintes porcentagens: México (50%), Brasil (58%), Chile (62%) e Nicarágua (53%).
O estudo teve uma amostragem média de 1.200 pessoas maiores de 18 anos, com uma margem de erro de 2 pontos, e um nível de confiança de 95%.
Em uma pergunta aberta sobre se está de acordo ou contra a legalização do aborto, no México, 70,8% disseram não estar de acordo; o mesmo aconteceu na Nicarágua, com 81,6%; no Brasil, com 72,7% e Chile, 66,2%. Esta investigação foi patrocinada por um instituto de pesquisa com tendências pró-abortistas.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os presidenciáveis e o aborto
Notícias
Pouca informação e postura eleitoreira dos pré-candidatos à presidência

A poucos meses das eleições 2010, as campanhas dos presidenciáveis começam a ganhar contornos e alguns temas surgem como questões que imprensa e eleitores esperam ver respondidas. Entre os assuntos recorrentes em recentes declarações na mídia de José Serra (PSDB), Dilma Roussef (PT) e Marina Silva (PV), os grandes nomes dessas eleições, o aborto aparece como um problema com o qual o futuro Governo vai ter que lidar de forma mais incisiva.

O que se vê até agora, entretanto, é que os candidatos ainda não têm um discurso muito bem formulado sobre suas posições e parecem tratar o aborto ao mesmo tempo com cautela e falta de preparo e informação, procurando não se aprofundar no debate da descriminalização da prática no Brasil ou nas mudanças do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH3).

Dilma Roussef suaviza posicionamento

Dilma Roussef, agora preocupada com sua imagem e tentando convencer como uma candidata
carismática, pisa em ovos e suaviza sua posição em relação ao aborto. Em entrevista à revista Marie Claire, no ano passado, Dilma foi clara quando falou do tema como uma questão de saúde pública, usando um dos principais argumentos a favor da descriminalização do aborto no país.
"Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública. Há uma quantidade enorme de mulheres brasileiras que morrem porque tentam abortar em condições precárias. Se a gente tratar o assunto de forma série e respeitosa, evitará toda sorte de preconceitos. Essa é uma questão grave que causa muitos mal-entendidos", disse à edição de setembro de 2009 da revista feminina.

Há duas semanas, a petista titubeou e se colocou de maneira se não equivocada, ao menos "atrapalhada". Questionada sobre o assunto durante uma participação no programa de tevê
"Painel RBS", da emissora TVCOM, do Rio Grande do Sul, Dilma afirmou que "o aborto é uma
violência contra a mulher".

Seria preciso contextualizar a declaração para que fizesse sentido. O aborto pode ser entendido como uma violência contra a mulher se contra sua vontade ou feito em condições precárias e inseguras. Quando a ex-ministra da Casa Civil se refere à saúde pública, deve-se ressaltar que as complicações de abortos malfeitos custam aos cofres do Estado, que acaba arcando com as despesas do atendimento nesses casos. Se comparados aos atendimentos dos casos de violência contra a mulher, que também oneram as contas públicas, até se pode ver o aborto como "uma violência contra a mulher", mas ainda assim seria uma generalização descuidada. Mais descuidado ainda é entender que o aborto não é "uma questão de foro íntimo" e, por isso, "uma política de saúde pública". Pode-se questionar se Dilma Roussef fala em "foro íntimo" e se esquece da questão da autonomia da mulher.

José Serra não pretende mudar legislação atual

O candidato do PSDB e principal adversário de Dilma Roussef, José Serra, também parece, talvez por não ter se debruçado com mais atenção na discussão sobre o aborto no Brasil, não
compreender muito bem o debate e distorce conceitos como a objeção de consciência para dizer o contrário do que dizem os grupos defensores dos direitos sexuais e reprodutivos e de direitos humanos sobre o direito ao aborto.

Em sua passagem pelo Ministério da Saúde no Governo de Fernando Henrique Cardoso, o
ex governador de São Paulo chegou a ser fortemente criticado pelos grupos Pró-Vida por ampliar os serviços de aborto na rede do SUS, mas se diz contrário à descriminalização da
prática e apoia a legislação atual. "Não sou a favor de mexer na legislação, mas qualquer deputado pode fazer isso.

Como Governo, não vou tomar essa iniciativa", disse em entrevista coletiva no canal de tevê SBT, no último dia 12 de maio. Três dias depois, em entrevista à Rede Vida, o candidato, ao
criticar o PNDH3, declarou que o texto referente ao aborto criminalizava quem fosse contra a prática, o que é uma simplificação substantiva do tema e da discussão. "O projeto criminaliza, no fundo, quem é contra o aborto. Há pessoas com posições diferentes (sobre o assunto). Você não pode considerar contrário aos direitos humanos quem é contra o aborto. É inacreditável", comentou.

Sobre o conceito de objeção de consciência, segundo os princípios fundamentais do Código de Ética Médico, "o médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar
serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as
situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente" e "no processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas." Ainda de acordo com o código, é um direito do médico "recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência."

Outros códigos de ética, como o de enfermagem, também incorporam o princípio da objeção de consciência como um direito do profissional, mas uma das questões encontradas na literatura sobre o assunto é o limite dessa objeção, que no contexto da obrigação profissional, só é legítima se o trabalho não realizado por um objetor puder ser substituído sem prejuízo.

No raciocínio do pré-candidato tucano, a proposta do PNDH3 de monitorar os serviços de atendimento ao aborto legalmente autorizado e a recomendação ao Legislativo sobre adescriminalização do aborto "abriria espaço para a punição de profissionais de saúde que se recusassem a atender os casos. " Entretanto, a objeção de consciência é um direito garantido ao profissional de saúde, o que não isenta o equipamento público da sua obrigação de oferecer o serviço, através da atuação de outro profissional. Ou seja, descriminalizar o aborto não ofende o princípio da objeção de consciência, muito menos criminaliza quem é contra a prática, mas visa à garantia do acesso a serviço de saúde seguro.

Marina Silva defende plebiscito

Correndo por fora, a pré-candidata do Partido Verde à sucessão presidencial, Marina Silva, aposta na defesa da realização de um plebiscito sobre a descriminalização do aborto no país,
discurso que se tornou comum entre quem não quer se comprometer com o tema, sem dúvida, polêmico. A ex-senadora voltou a defender a ideia no último dia 18 de maio, em Porto Alegre, durante entrevista no "Portal RBS". "Esse assunto não é de fácil solução. Não existe informação suficiente para um tema complexo que envolve aspectos religiosos, filosóficos, éticos e morais. Se temos convergência de que falta o debate, vamos fazer o debate. O que defendo? Um plebiscito", afirmou Marina.

Curiosamente, o jornal Folha de São Paulo da última terça-feira, 25 de maio, em editorial intitulado "O dilema do aborto", tece uma argumentação favorável ao plebiscito e sugere que essa seria "a maneira mais razoável de tomar uma decisão" sobre a descriminalização do aborto no Brasil. O editorial apresenta dados da recente pesquisa sobre o aborto no país realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a ONG Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, mas o plebiscito ainda soa como o tipo de postura de quem quer parecer se posicionar, sem, no entanto o fazê-lo, procurando, não o posicionamento, mas a isenção.

O cenário hoje e as estratégias para o futuro do debate: princípio da igualdade é fundamental

Em seu Governo, próximo do fim, o presidente Lula, apesar de ser declaradamente contra o aborto, por motivos religiosos, assumiu o tema como um problema a ser encarado pela saúde pública em declarações na imprensa, mas tendeu a ceder às pressões contrárias à descriminalização da prática, principalmente às da Igreja Católica, optando, inclusive, por retroceder na aprovação do texto do PNDH3.

As organizações de defesa dos direitos humanos, do direito à saúde, dos direitos sexuais e reprodutivos e dos direitos das mulheres veem a atual legislação sobre o aborto como
inconstitucional por ferir o princípio da igualdade, um dos pilares da Constituição Brasileira. O princípio da igualdade deveria garantir que todas as mulheres, não apenas algumas, pudessem preservar a saúde e a vida ao realizar um aborto, o que, na prática, não acontece hoje. O período eleitoral dá pistas de como os possíveis novos governos pretendem tratar a questão e o que pode ser feito na busca de novos mecanismos e estratégias de debate para a descriminalização do aborto no Brasil.

Divina Misericordia.org.br